Pesquisadores fazem primeiro registro de espécie vegetal no Pará

Pesquisadores do Projeto “Flora do Utinga” identificaram uma nova espécie de planta na Área de Proteção Ambiental (APA) da Região Metropolitana de Belém. Trata-se de uma Epífita, que pertence ao grupo da família Araceae (Anthurium scadens). Esse é o primeiro registro do vegetal em território paraense, e o segundo para o Projeto “Flora do Brasil”.

O exemplar foi encontrado entre as raízes de um apuí, que está estrangulando uma palmeira, mais especificamente na área de pastagem da APA Belém. Essa família do vegetal possui 35 espécies identificadas, sendo a segunda mais rica entre todas as 142 famílias botânicas já catalogadas pelos pesquisadores.

A APA Belém é uma das 27 Unidades de Conservação (UCs) administradas pelo Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio). Com mais de 7,4 mil hectares (74,57 km²), ela abrange os municípios de Belém (59,49%) e Ananindeua (40,51%). Sua localização estratégica é uma barreira natural para prevenir impactos ambientais ao Parque Estadual do Utinga “Camillo Vianna”.

Estudos – Desde 2018, o Projeto “Flora do Utinga” é desenvolvido em parceria entre o Ideflor-Bio e o Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG). Até o momento, 832 espécies de plantas e fungos foram catalogados, reforçando a importância biológica das UCs onde ocorre a pesquisa na Região Metropolitana de Belém.

Além da APA Belém, o grupo de estudos também está presente no Parque Estadual do Utinga e no Refúgio de Vida Silvestre Metrópole da Amazônia (Revis). Este último é considerado uma das maiores UCs de Proteção Integral em áreas metropolitanas do Brasil, que abrange os municípios de Ananindeua, Marituba, Benevides e Santa Izabel do Pará.

De acordo com o pesquisador e coordenador do Projeto “Flora do Utinga”, Leandro Valle Ferreira, essa é apenas uma demonstração das inúmeras espécies que ainda podem ser encontradas no local. Ele também ressaltou que essa descoberta reforça a importância da APA Belém para a preservação da flora de toda a Região Metropolitana.

“Ações de proteção e conservação devem sempre levar em consideração o conjunto das três UCs, pois cada uma tem importância própria. Se forem isoladas, prejudicam a conectividade da biodiversidade de todo o conjunto”, afirmou o cientista.

Laboratórios naturais – O presidente do Ideflor-Bio, Nilson Pinto, destacou que as UCs administradas pelo Instituto são verdadeiros laboratórios de pesquisas e formação acadêmica. “Parabenizo esse tipo de descoberta, porque fortalece e nos ajuda a preservar a rica biodiversidade amazônica, a partir da catalogação das plantas e fungos existentes nas UCs. Lembrando que, atualmente, temos 11 UCs de Proteção Integral, com mais de 5 milhões de hectares, e outras 16 de Uso Sustentável, que representam mais de 15 milhões de hectares. Portanto, manter a floresta em pé, para nós, é uma prioridade, e principalmente fazendo com que ela seja um importante vetor de transmissão de conhecimento para a sociedade”, ressaltou Nilson Pinto.

Fonte: Agência Pará

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