Em três anos, programa da Sespa realiza mais de 1.100 cirurgias ortopédicas em crianças

O Programa “Doenças Ortopédicas da Infância”, uma iniciativa do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), completa três anos em atividades com a realização de cirurgias para crianças com pé torto congênito ou deformidades congênitas nas mãos. Ao todo, mais de 1.100 procedimentos foram feitos desde setembro de 2020. O início do programa trouxe um novo cenário para o atendimento ortopédico pediátrico no sistema público de saúde do Pará, que há 15 anos não oferecia esse serviço especializado.

As cirurgias desse tipo são feitas no Hospital Regional Abelardo Santos (HRAS), na capital paraense. O “Doenças Ortopédicas da Infância” está inserido no projeto “Fila Zero” e objetiva atender todas as demandas eletivas de alta complexidade em crianças portadoras de deformidades ortopédicas.

No Pará, uma em cada mil crianças nasce com pé torto congênito (PTC), considerado uma deformidade complexa que compromete todos os tecidos músculo-esqueléticos distais ao joelho.

Uma dessas crianças cuja vida foi mudada pelo Programa é o pequeno Abener Baía, de um ano. Ele fez a cirurgia para correção dos pés em dezembro do ano passado. Segundo o pai, Rodinei Pinheiro, a expectativa de recuperação da criança é a melhor possível: “Melhorou muito o pé do meu filho. Ele nasceu com o pé bem tortinho e, depois da cirurgia, mudou bastante. Ele inclusive já começou a andar graças ao acompanhamento no pós-operatório”, contou.

Atendimento – O fluxo de atendimento começa com encaminhamento dos pacientes via Sistema Estadual de Regulação, então, é realizada uma avaliação inicial no Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR), com realização de exames. Caso exista indicação de cirurgia, o paciente sai com a indicação para fazer o procedimento, além de todo o processo de risco cirúrgico. Depois é encaminhado para o HRAS para agendamento da data da cirurgia. O CIIR também garante o acompanhamento do pós-operatório do paciente, como é o caso de Abener, que agora faz sessões de fisioterapia.

Atualmente, no HRAS, a capacidade é realizar 50 cirurgias do “Doenças Ortopédicas da Infância”, por mês. Responsável por executar as ações do programa no Hospital, o ortopedista Renato Arraes explica a importância do projeto:

“Vejo como um divisor de águas na vida de milhares de crianças com deformidades congênitas e adquiridas. Atuamos na melhora das funções e qualidade de vida de nossos pacientes. Temos atuado em parceria direta e constante com o Governo do Estado para reduzir filas e ampliar nossa capacidade de atendimento”, afirmou.

Arraes explica que a equipe do HRAS envolvida nesses atendimentos conta com quatro ortopedistas que possuem títulos da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, além de um médico especialista em alongamento e reconstrução óssea que, juntos, oferecem condições de tratar 33 doenças nesse segmento de saúde.

Já o CIIR dispõe de uma equipe de médicos, enfermeiros e fisioterapeutas que atua no processo pré e pós-operatório. A ortopedista do CIIR, Eduarda Lima, explicou como funciona o passo a passo após a cirurgia: “Aqui no Centro, ficamos responsáveis por acompanhar o processo de cicatrização, com a evolução do curativo. A partir do momento em que o paciente está completamente cicatrizado, encaminhamos para a fisioterapia para evoluir o quadro na questão de movimentos”, detalhou.

O Centro tem capacidade atual de ofertar, mensalmente, 500 consultas de ortopedia infantil, além de 200 gessos. O CIIR também produz órteses fundamentais para a recuperação dos pacientes infantis.

Fonte: Agência Pará

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