Após receberem energia solar, telefones, filtros de água e freezers, jurutienses relatam transformações

Para Adeílson Silva, agricultor na Comunidade Batata, do Projeto Estadual de Assentamento Agroextrativista (PEAEX) Curumucuri, em Juruti, tomar água gelada, até pouco tempo, era uma raridade. Entretanto, para ele e muitos outros residentes em áreas rurais do município a realidade mudou, e para melhor. Por meio do Projeto Ingá (Indicadores de Sustentabilidade e Gestão na Amazônia), eles foram beneficiados com equipamentos como energia solar, telefone rural, filtro de água portátil e freezer. Os materiais fornecidos às famílias, por meio de Cessão de Uso (é proibida sua venda, doação e/ou empréstimos a terceiros), tem como objetivo melhorar a qualidade de vida e facilitar a produção e comercialização de produtos.

Após uma etapa de entrega dos equipamentos, moradores já relaram bons resultados. “Antes nem passava pela nossa mente um dia termos o que temos hoje. Tínhamos a dificuldade para tomar uma água gelada; precisávamos ir para a cidade comprar gelo para a semana e às vezes não dava. Tínhamos que salgar os alimentos ou consumir tudo no mesmo dia (para não estragar). Hoje não temos mais a preocupação de ir à cidade para comprar gelo. Estou muito alegre, e o que temos hoje por meio do projeto está ajudando a guardar o frango, a carne, a água”, conta Silva.

Ele relata, ainda, que com as doações dos filtros de água portáteis (Kit Camelo), não se corre mais o risco de consumir água de igarapé, sem tratamento. “Hoje, temos o filtro. Antigamente, tínhamos que vir em casa buscar água. Hoje não, temos o kit que ajuda muito no trabalho (na roça)”, lembra ele, que também se recorda da dificuldade que era se comunicar. “Hoje, temos o telefone rural. Antes, não tínhamos como ligar para uma ambulância; era muito difícil mesmo. Nós plantamos a pimenta, cheiro verde, melancia, jerimum. Então, quando está na safra, eu ligo para os compradores. O telefone tem ajudado muito”, acrescenta.

Um seminário destinado a famílias beneficiárias foi realizado no dia 28 de fevereiro e serviu para conhecer histórias como a de Adeílson. O evento teve como propósito compartilhar boas práticas relacionadas aos equipamentos entregues aos moradores das regiões do PEAEX Curumucuri, Prudente Monte Sinai, PAE Juruti Velho e Área de Proteção Ambiental (APA Jará). Para o Projeto Ingá, o seminário foi fundamental, pois abordou questões técnicas sobre os equipamentos, visando otimizar as práticas de uso para garantir maior durabilidade e maximizar seu impacto de transformação.

Bom uso

As instalações ocorreram entre julho de 2023 e fevereiro deste ano. No período foram entregues e instalados 30 kits de painéis solares, 30 telefones rurais, 40 kits camelo e 30 freezers acompanhados da cartilha de “Bom uso de Equipamentos”. A cartilha impressa foi criada com a função de orientar de forma personalizada e ilustrativa como os equipamentos devem ser utilizados e cuidados. Dez ‘Kits Camelo’ a mais foram entregues para produtores que exercem alguma atividade que envolva agricultura.

Desafios

Os resultados alcançados foram fruto do empenho e da dedicação dos parceiros e da equipe técnica de campo que venceram desafios, tendo que adaptar estratégias e equipamentos às condições locais, climáticas e logísticas, ao percorrerem mais de 500 quilômetros por terra e água, para entregar os equipamentos às comunidades mais distantes. Como saldo, mais de 160 pessoas foram diretamente impactadas por esse esforço. Esses números representam não apenas uma conquista local, mas também um compromisso tangível com o bem viver sustentável e a inclusão social na região amazônica.

Maria Ana Silva, beneficiária do Projeto Ingá, da Comunidade Alto Alegre, no PEAEX Curumucuri, relata um novo momento de transformação. “Minha transformação com o Projeto Ingá foi que ele veio trazer a melhora de vida, por que não tínhamos água de qualidade. Com a chegada da placa solar e do freezer, a gente vai melhorar nossa alimentação. Não salgamos mais tudo, como fazíamos. Já o telefone rural vai ser muito útil para nossa comunidade. Às vezes preciso ligar para o técnico para saber sobre meu plantio e também realizar vendas na cidade. Então, isso vai melhorar muito para mim”, compartilhou.

Parceira na iniciativa, a Citi Foundation trabalha para promover o progresso econômico e melhorar a vida de comunidades vulneráveis em todo o mundo. “Por isso, a parceria com o Projeto Ingá faz enorme sentido para nós, ao promover a melhora efetiva do bem estar das famílias de Juruti beneficiadas pelo projeto, que agora têm acesso à energia renovável, água potável e telefones rurais. São iniciativas que terão impacto significativo e permanente na comunidade e permitirão ainda que essas famílias busquem maior inclusão financeira e produtiva, já que as necessidades mais básicas passarão a ser atendidas”, afirma Katia Oliveira, Head de Relações Públicas para América Latina do Citi.

Para Ana Flávia Lofrano, RH e madrinha-voluntária do projeto no Citi Brasil, acompanhar cada iniciativa do Projeto Ingá e todos os impactos nas comunidades locais têm sido muito enriquecedores. “Percebo a dedicação das pessoas envolvidas e me surpreendo a cada encontro. É visível os desafios das comunidades de Juruti e entorno e o projeto Ingá possui um importante papel na construção de um ambiente inclusivo, sustentável e, construindo pontes para o fortalecimento da comunidade local”, atesta.

O Projeto Ingá é implementado pelo Instituto Juruti Sustentável (IJUS), em parceria estratégica entre Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), Alcoa Foundation, Citi Foundation, Plataforma Parceiros pela Amazônia (PPA), com parceria institucional da Aliança Bioversity & CIAT (Centro de Internacional de Agricultura Tropical) e do Centro de Empreendedorismo da Amazônia.

Fonte: Instituto Juruti Sustentável

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