Ministério Público pede condenação de paraense acusado de colocar explosivo perto do aeroporto de Brasília

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) pediu à Justiça a condenação de dois homens acusados de envolvimento na tentativa de explosão de uma bomba colocada em um caminhão-tanque de combustível nos arredores do Aeroporto Internacional de Brasília. O caso ocorreu em 24 de dezembro do ano passado.

Em depoimento à polícia, o paraense George Washington, que foi preso no mesmo dia, disse que a intenção era chamar atenção para o acampamento montado no Setor Militar Urbano e para o movimento que contestava o resultado das eleições.

Segundo manifestação da promotora de Justiça Vera Gomes, a ação tinha objetivo de “criar pânico na população e, com isso, motivar imaginária ação militar no país”. São réus na Justiça do DF pela tentativa de explosão: George Washington de Oliveira Sousa, Alan Diego dos Santos e Welligton Macedo de Souza.

George e Alan estão presos. No dia 29 de março, o juiz Osvaldo Tovani negou um pedido de revogação da prisão preventiva por entender que ainda há risco para a ordem pública e que “não há fato novo que justifique a revogação do decreto prisional”. Wellington está foragido desde dezembro.

Condenação

O MP pediu a condenação de Alan Diego dos Santos e George Sousa pelo crime de explosão, que e “expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, mediante explosão, arremesso ou simples colocação de engenho de dinamite ou de substância de efeitos análogos. A pena é de 3 a 6 anos de prisão e multa.

No entanto, o Ministério Público considera que é preciso aumentar a pena em um terço, já que o crime foi cometido tendo como alvo depósito de combustível.

Como um forte arsenal foi apreendido com George Sousa, o MP também pediu que seja condenado pelo porte ilegal de armas e pela posse de arma de fogo de uso restrito. Ele era CAC (colecionador, atirador desportivo e caçador). Como Wellington Macedo está foragido, a análise do caso dele está suspensa.

À Justiça, a promotora afirmou que a investigação reuniu elementos que comprovam a autoria dos crimes praticados pelos acusados, como vídeos, laudos periciais e relatórios.

“O plano dos réus era mesmo colocar o artefato perto do aeroporto, plano, aliás, que foi relatado por George Washington em conversa com vizinhos, conforme informação obtida pelos órgãos de inteligência e relatado pelas testemunhas policiais em juízo. O objetivo era criar pânico na população e, com isso, motivar imaginária ação militar no país”, escreveu.

Sem arrependimento

Para Vera Gomes, a ligação de um dos acusados para a polícia não representou arrependimento, mas representou mais uma tentativa de gerar novo tumulto.

“As ligações feitas não evidenciam arrependimento pelo crime praticado, e sim a manutenção do intento de causar pânico, ainda mais porque indicou, falsamente, a existência de bombas também dentro do aeroporto, indicando o propósito de desviar a atenção das autoridade”, afirmou.

Investigação

Os investigadores dizem que o plano foi feito no acampamento montando em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília, por onde passaram bolsonaristas radicais com ideias golpistas.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *