Fórum Interamericano reúne terceiro setor pela primeira vez na Amazônia

Foto: João Gomes

Por: Iolanda Lopes

Auditórios lotados para discussões, socialização e aprendizado sobre filantropia na Amazônia. Foi assim que iniciou o segundo dia de programações do Fórum Interamericano de Filantropia Estratégica (Fife 2023), que acontece na capital paraense, no Hangar Centro de Convecções e Feiras da Amazônia. Belém recebe o evento, que acontece desde terça-feira, 25, e vai até sexta-feira, 28.

Durante os quatro dias de evento, a programação reúne pessoas e organizações em torno de boas práticas de gestão, bons exemplos, movimentos solidários e oportunidades que geram impacto social, como o Saúde e Alegria, do médico Eugenio Scanavinno, em Santarém, no oeste paraense, que tem um barco hospitalar para atender a população ribeirinha, uma tecnologia totalmente brasileira. “Nós o encontramos em 2013, mas ele já desenvolve o projeto a pelo menos três décadas, levando o hospital para as comunidades. Divulgar estes bons exemplos pouco conhecidos inspira outros apoiadores e multiplica as ideias”, relata o casal Iara e Eduardo Xavier, palestrantes do Fife 2023, e donos do título de maiores curadores de projetos sociais no Brasil.

No Xingu, os curadores atendem diretamente Takumâ Kuikuro, um cineasta indígena que trabalha a realidade das populações indígenas naquela região.

Altamira, município do Xingu, também já foi visitada por Iara e Eduardo. “Nosso trabalho é conectar quem pode ajudar com quem precisa de ajuda”, finalizou Iara.

Em Belém, os destaques são para as ações na área da educação, escolas privadas que disponibilizam bolsas entre 50% e 100%, para alunos carentes, as análises para os acessos são feitas pelas próprias escolas e contemplam a educação básica do primeiro ao nono ano e até o ensino médio.

De acordo com a Lei 187/ 2021, a cada cinco alunos pagantes, um precisa ter acesso garantido por meio da filantropia.

Ana Paula Valois, especialista em educação e assistente social das escolas filantrópicas em Belém, lembra que muito já se avançou nestes 15 anos que o trabalho vem sendo realizado na capital e que todas as escolas religiosas do município já participam do processo garantindo o acesso. “Apesar de todos os avanços, o processo de inclusão ainda é dificultoso, mas vamos atravessando e estamos no caminho”, declarou Ana Paula.

O Fórum Interamericano ocorre em Belém por uma somatória de esforços, entre eles do Conselho Regional de Contabilidade, por meio do presidente Ian Blois, que também é um dos palestrantes do evento e destaca a fundamental importância da gestão de uma maneira geral. “Especialmente porque a falta de gestão como um todo inviabiliza alguns projetos, é necessário ter credibilidade para avançar. Sempre participei do Fife como apoiador e hoje estamos com o evento aqui na Amazônia, isso é fundamental ”, conclui Blois.

O Fife 2023 recebe, em Belém, o segundo maior público participante em dez edições do Fórum no Brasil.

Ao todo, a programação realiza cerca de 30 palestras diárias com a participação de 90 palestrantes. O terceiro setor no Brasil hoje é um dos mais qualificados do mundo.

Estão em Belém o presidente da Rede Filantropia, Marcio Zeppelini e Thais Iannareli, diretora executiva. A expectativa nos quatro dias de programação é estimular as entidades organizadas a buscar qualidade e resultado em toda a cadeia de gestão e ampliar a força e atuação do terceiro setor na Amazônia.

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