Alter do Chão recebe Festival Amazônia de Pé, com ícones da música paraense

A vila de Alter do Chão, em Santarém, no oeste do Pará, será palco, a partir deste sábado (2), do Festival Amazônia de Pé. O evento, que reunirá ícones da música paraense, começa a partir das 17h, no Lago dos Botos, com entrada gratuita. O line-up inclui a ribeirinha e mestra da cultura popular Dona Onete, além do grupo de carimbó de mulheres indígenas Suraras do Tapajós, a cantora afroamazônica Priscila Castro, a quilombola Cleide do Arapemã, o tradicional Espanta Cão e o Dj Zek Picoteiro. A entrada é gratuita e os shows serão transmitidos pelo YouTube, no canal do Amazônia de Pé.

A grande novidade desta segunda edição do festival em Santarém – a primeira foi em 2022 – será a abertura com o rito do Sairé, manifestação religiosa e cultural do  povo Borari, e que completa em setembro 50 anos de realização; a já tradicional disputa dos dos Boto Cor de Rosa e Tucuxi também será apresentada ao público, para reforçar a relação do evento com a cultura amazônica.

Além disso, Lane Lima, guardiã tribal da Tribo Munduruku, do Festribal, realizado em Juruti (PA), e Marciele Albuquerque – cunhã poranga do Boi Caprichoso, de Parintins, no Amazonas, também estarão presentes, representando um intercâmbio de culturas do Pará e do Amazonas. E para completar, o público poderá visitar uma feira de produtos da sociobiodiversidade de organizações e coletivos da região do Tapajós e do Arapiuns. A realização é do movimento Amazônia de Pé, por meio da ong Nossas, e do Instituto Regatão da Amazônia – responsável pela concepção artística e curadoria musical.

A ideia é celebrar a região que abriga a maior floresta tropical do mundo e uma diversidade de povos e comunidades tradicionais – os guardiões que mantêm a natureza viva. De acordo com Zek Picoteiro, do Instituto Regatão da Amazônia, curador do festival, o evento é uma forma de exaltar a estética musical do interior da Amazônia, conectada pelos rios.

“O Rio Tapajós é um afluente do Amazonas; o Arapiuns é afluente do Tapajós. E assim, as pessoas se conectam culturalmente através de festividades e matrizes culturais. Em Alter do Chão, é forte essa ligação de culturas pelos rios, que influenciam na vida do amazônida ribeirinho, indígena, quilombola. E isso vai se expandindo na Amazônia. Antes das grandes estradas já existiam os rios e era por lá que o tráfego de informações acontecia e ainda acontece. Vamos colocar no palco as sonoridades e expressões artísticas que fluem nas águas”, comenta Zek Picoteiro.

Para Helena Ramos, gestora de produção e cultura da ong Nossas, cultura é transformação social, e a valorização das expressões artísticas da Amazônia são formas de lutar pela conservação do bioma. “O Festival é uma ferramenta importante para falar sobre a defesa da região. É um festival de música, mas político, já que o movimento Amazônia de Pé também é contra o Marco Temporal e tem o objetivo de recolher assinaturas para o Projeto de Lei de Iniciativa Popular. Fazer o festival em Alter do Chão é uma forma de ecoar, a partir de lá, as ameaças à floresta para todo o país”, revela.

Virada Amazônia de Pé

O Festival integra a Virada Amazônia de Pé, uma grande mobilização nacional em alusão ao Dia da Amazônia, celebrado em 05 de setembro. A programação terá ações em todos os estados realizadas por grupos em defesa da Amazônia, como rodas de conversa, exibição de filmes, sarau cultural, apresentações artísticas e musicais. A ideia é sensibilizar cada vez mais a população brasileira para a apoiar a garantia dos direitos dos povos da Amazônia e a preservação do território, e apoiar ativistas e coletivos, em especial os da Região Amazônica, em sua mobilização por Justiça Climática, por exemplo. Confira programação completa em todo o país aqui.

Saiba mais em www.virada.amazoniadepe.org.br

PROGRAMAÇÃO

17h – Abertura: ritual do Sairé

18h – Espanta Cão

19h – Suratas do Tapajós

20h – Priscila Castro convida Cleide do Arapemã

21h – Boto Cor de Rosa, Boto Tucuxi, Guardiã Tribal Lane Lima (Tribo Munduruku) e Cunhã Poranga Marciele Albuquerque (Boi Caprichoso de Parintins)

22h – Dona Onete

23h30 – DJ Zek Picoteiro

00h – Encerramento

Fonte: Divulgação I Tuya Comunicação

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